Captar o ritmo na fotografia de 10 formas diferentes é o que vamos ver neste artigo, mas em primeiro lugar é necessário fixar o conceito do que é Ritmo na Fotografia.
O fator de repetição seja como elementos ou como formas, bem utilizados gera um Ritmo, uma harmonia na Fotografia que proporciona ordem, fluidez, e uma determinada estrutura, que dirige a atenção do observador, para o que desejarmos mostrar.
Se souber usar corretamente, a repetição de elementos na fotografia conseguirá criar, o Ritmo que lhe ajudará a transmitir sensação de unidade.
Por acaso você é desse tipo de pessoa incapaz de dançar acompanhando o som e o ritmo de uma música? Ou, você não consegue diferençar o barulho de uma locomotiva do ritmo de uma sanfona bem tocada? Se for esse o caso, você é uma pessoa “arrítmica”.
Bom! Não fique preocupado por isso porque você na é um caso único, e porque neste artigo vamos falar de um tipo ritmo diferente, do que percebemos pelos ouvidos. Quer dizer, vamos falar do tipo ritmo que percebemos pelos olhos, está certo?
O Ritmo Visual é mais um elemento dos usados na Composição Fotográfica, e que está fundamentado na maneira organizada e repetitiva, em que são colocados objetos, linhas e formas, num plano fotográfico. Geralmente estes Principios de Organização, esta repetição rítmica dos objetos, linhas e formas, produz uma sensação agradável para o olho humano.
Dois exemplos de Ritmo Visual
Esta disposição organizada e repetitiva dos objetos pode ser constante ou variável, criando diferentes patrões, regras e ordens. Com isso estamos incorporando o Ritmo à imagem.
O ritmo por ele só, chama à atenção por isso é uma boa ajuda para compor a imagem. De fato em alguns casos, o ritmo pode chegar a ser o protagonista principal da fotografia.
Dependendo da freqüência com a que se repetem as figuras, linhas, forma, e objetos, podem ser consideradas como classes mais comuns de Ritmo:
Este tipo de Ritmo se produz quando os objetos ou formas se repetem com regularidade, e dependendo da distância entre um e outro, será lento quando a distância seja maior, ou rápido quando a distância seja menor.
Vejamos a diferença com dois exemplos da mesma flor em uma composição alongada. A primeira com três imagens e a segunda com cinco imagens:
Exemplo de Ritmo lento
Exemplo de Ritmo rápido
O tipo de Ritmo Decrescente dá-se quando a mesma imagem, de um objeto diminui seu tamanho seguindo uma seqüência, iniciando pelo maior tamanho à esquerda e diminuindo para a direita, como se aprecia no exemplo a seguir:
Exemplo de Ritmo Decrescente
Exemplo de Ritmo Crescente
Já o tipo de Ritmo Crescente dá-se quando a mesma imagem, de um objeto aumenta seu tamanho seguindo uma seqüência, iniciando à direita com o maior tamanho da imagem, e diminuindo para a esquerda, como mostra o exemplo a seguir:
Este tipo de Ritmo se produz quando, uma determinada combinação de imagens se repete de forma periódica com uma cadência regular, como mostra o exemplo a seguir:
Exemplo de Ritmo Alternado
Como foi apontado no começo deste mesmo item 2, o Ritmo Simétrico dá-se quando partindo de um eixo imaginário, ficam posicionadas as duas imagens de um mesmo objeto, porem espelhadas a ambos os lados do eixo imaginário, como mostra o exemplo seguinte:
Exemplo de Ritmo Simétrico
Anteriormente já apontei neste mesmo item 2, o Ritmo Radial dá-se quando partindo de um ponto central, as imagens se espalham de forma progressiva. Um bom exemplo é o que se produz quando uma pedra cai sobre a superfície da água mansa, ou também como crescem radialmente as linhas de assentos num estádio de futebol, numa praça de touradas, ou quando chove e a luz do Sol bate nas gotas de água e se forma o Arco Iris, ou a perspectiva de uma abóboda, como mostra a imagem seguinte:
Exemplos de Ritmo Radial
Como indicado no encabeçamento deste artigo, vamos ver dez formas o maneiras diferentes para captar o Ritmo na Fotografia, que são estas:
Resulta muito fácil encontrar exemplos de Ritmo na Arquitetura, principalmente nas cidades cheias de prédios, sejam eles modernos ou clássicos. Outros exemplos podem ser: Nas estações de trem ou de metro os trilhos de ferro, também uma passagem zebra para pedestres pintada sobre o asfalto, colunas que suportam os prédios, etc. Todos eles são padrões repetitivos e rítmicos, que se encontram ao nosso redor. Um exemplo deles é o que mostram as imagens a seguir:
Exemplo de Ritmo na Arquitetura
O Ritmo se aprecia na construção das quatro torres que há ao redor do templo, e também colunas que sustentam a cúpula central do prédio, alem dos reforços que há à esquerda e à direita, para suportar toda a estrutura central do templo.
Com a luz e as sombras se podem cria de forma totalmente artificial, tantas situações que tenham uma cadência exata, como desejarmos e, portanto, um determinado Ritmo que poderemos captar à nossa vontade. Esta será uma forma simples de captar o Ritmo pela Luz e a Sombra.
Exemplo de Ritmo da Luz e a Sobra gerado pela Natureza
Algo más dificultoso é conseguir isso mesmo, porem aproveitando o comportamento da Natureza porque aí temos poucas oportunidades de manipular os efeitos gerados pelo Ritmo da Luz e a Sombra, mas acredito que com a imagem acima será mais fácil de entender esta explicação.
As linhas são elementos que oferecem a possibilidade de gerar bons efeitos de cadência repetitiva e, portanto, usá-las para fazer uma boa composição fotográfica, e captar o Ritmo por intermédio de linhas.
Isto pode ser feito aproveitando o Ritmo que produz às peças de um mosaico, enriquecido pela decoração das peças, ou pela uniformidade dos soldados em perfeita formação num desfile militar, ou efeito de repetição dos trilhos numa grande estação de trem.
Exemplo de Ritmo por intermédio das linhas formadas pelos soldados desfilando em formação
O Ritmo na Natureza é muito fácil de observar porque nela, tudo é formal por sua própria Lei, nas formas das folhas das árvores, nas pétalas das flores, nas cores das borboletas e dos insetos.
Os repteis que sempre possuem uma camuflagem, perfeitamente mimetizada com o habitat. Nos moluscos que há no mar, nos rios e lagoas, nos peixes que possuem escamas e cores simétricas, até os troncos das árvores da mata que se repetem com perfeição.
Exemplo de Ritmo da Natureza
Do mesmo jeito que na composição de uma fotografia, não há um único elemento que seja o que suporta a composição. Quer dizer, o normal é aplicar vários recursos como: enquadramento, o objeto de interesse, a luz, a cor, a velocidade de disparo, a sensibilidade ISSO, etc.
Com as formas do Ritmo acontece o mesmo, ou seja, mesmo que nem sempre, mas precisam algum complemento para melhorar as imagens fundamentadas exclusivamente no Ritmo.
Se imaginarmos uma construção em pedra, como pode ser um aqueduto romano, pode resultar pouco atraente como imagem.
Exemplo da Quebra do Ritmo que estabelece a grade em primeiro plano
Assim, conhecendo antecipadamente esta situação, temos que procurar alguma coisa ou forma, para quebrar esse Ritmo monótono, e conseguir dar um atrativo à imagem. A fotografia acima, mostrar um exemplo muito claro de Quebra do Ritmo gerado pela grade, localizada em primeiro plano.
O Ritmo na Fotografia capta a atenção por ele próprio, e é uma base para estruturar a imagem, porem nem sempre, deve ser considerado como uma finalidade em si mesmo.
O Ritmo é e deve ser considerado e usado, como mais uma ajuda à composição para acrescenta interesse às tuas imagens.
Na hora de captar uma imagem, é importante observar com precisão, o resultado de captar basicamente o Ritmo do que há nesse cenário. Isto porque pode resultar bastante monótono, e pouco atraente para quem veja a fotografia.
Este efeito negativo pode ser modificado, simplesmente incluindo uma pessoa ou duas, para quebrar essa monotonia, aportando um claro interesse à imagem, como se aprecia na imagem seguinte:
Exemplo de adição do elemento humano para interromper a monotonia do Ritmo na composição
Se fizermos uma combinação de cores de forma que eles sigam certa repetição, mesmo que alternando-os, criaremos um Ritmo nessa imagem.
A combinação das cores pode seguir uma ordem qualquer, isso não faz diferença no resultado que obteremos como mostra a imagem seguinte:
Exemplo de geração de ritmo combinando cores nos tijolos do muro
Como seja que compor imagens baseadas exclusivamente no Ritmo das coisas, produzirá a maioria das vezes, fotografias pouco interessantes, monótonas, que quase sempre chatearam a quem as veja.
Temos que partir para aplicar alguma outra Regra de Composição, que combinada com o Ritmo melhore nossas fotografias.
Vamos por um exemplo para maior claridade. Se quisermos fotografar um terraço feito com baldosas coloridas de estilo modernista, mesmo que as baldosas resultem lindas, essa imagem somente capta a nossa atenção um instante, e depois já não significa mais nada.
Exemplo: Combinação de Ritmo e Regra dos Terços (esquerda antes direita depois)
Agora vamos introduzir na composição um vaso cerâmico com umas flores, e ainda por cima vamos colocá-lo num ponto forte ou áureo, aplicando a Regra dos Terços. O resultado agora é uma imagem que alem de captar a nossa atenção, resulta agradável e mostra um conjunto colorido e alegre, como mostra a fotografia anterior.
De forma idêntica poderíamos aplicar outras regras, combinando as com o ritmo que geram as formas quadradas e decoradas das baldosas, e também obteríamos imagens interessantes e diferentes.
Como foi definido, o Ritmo consiste na repetição de linhas e formas que geralmente, resultam agradáveis para o olho humano.
Porem, mesmo que o Ritmo seja uma boa ajuda, para estruturar e compor nossa imagem, não é interessante abusar deste recurso da Fotografia.
Exemplo da monotonia que transmite a predominância do Ritmo nesta imagem
Isso porque pode produzir efeitos pouco desejáveis, como produzir fotografias monótonas e ate chatas, para quem veja essas imagens. O exemplo acima, de forma inconsciente, leva à nossa mente a imaginar que o Ritmo segue idêntico mesmo fora da imagem.
Quando preenchemos um enquadramento com formas rítmicas, vamos transmitir a sensação de que o Ritmo continua alem da imagem e do enquadre indefinidamente.
Mas, se ao invés de fazer esse preenchimento, deixamos espaço livre, a sensação agora será de que a imagem acaba, quer dizer, têm um começo e um fim.
O Ritmo é um dos recursos de composição fotográfica mais interessante, porque ajuda muito na hora de compor nossas fotografias.
Mas deve ser utilizado com moderação, porque do contrario vai gerar fotografias bem monótonas e pouco atrativas. Mas, se é usado corretamente será um dos recursos que maiores satisfações vão proporcionar.
Exemplo de composição usando principalmente o Ritmo de linhas e formas repetitivas
Em função de cada oportunidade, será apropriado usar uma lente com distância focal apropriada, mas geralmente, com a finalidade de concentrar os Motivos Rítmicos dentro do enquadramento, o mais correto será usar lente com distância focal grande.
Obter um efeito de Ritmo em Fotografia, não é muito complicado, más precisará usar um mínimo de três motivos semelhantes, porque com menos que isso é um pouco mais complicado. Ver o exemplo da imagem acima.
É importante, sempre que for possível, usar enquadramentos de formato alongados, que permitem obter Ritmos Horizontais. Estes formatos facilitam que nossos olhos, se desloquem de um lado para outro.
Conseguir criar o efeito Ritmo com enquadramento de formato vertical, mesmo que possível, resulta mais complicado que com formato horizontal.
Na imagem abaixo, se aprecia que em sua composição foi usado preferentemente, o Ritmo que criam as árvores plantadas neste parque.
Exemplo de composição usando o Ritmo criado pela repetição dos troncos das árvores
O Ritmo corretamente usado na composição de imagens acrescenta nelas dinamismo, criando certa sensação de movimento, que proporciona harmonia pela própria natureza de Ritmo, entanto não seja interrompido. A seqüência do Ritmo se repete sempre que nada o altere.
Também pode criar tensão visual quando seja quebrada a formalidade do Ritmo, quer dizer, quando for quebrada sua seqüência.
Por outro lado, dependendo de como seja gerado o Ritmo é Uniforme, quando é originado pelas mesmas formas que se repetem regularmente.
Mas dependendo da distância ou espaço livre entre a repetição das formas pode ser:
Estes recursos que o Ritmo oferece, podem ser usados como recurso muito maleável, para conseguir fazer nossas composições facilmente, melhorando o aspecto das nossas fotografias.
Dentro da Arte Fotográfica existe infinidade de recursos e Regras que corretamente utilizados, serão nossos melhores aliados para conseguir melhores y mais perfeitas fotografias.
O Ritmo dentro da Fotografia é um dos melhores recursos, para nos ajudar a compor perfeita e simplesmente, nossas fotografias. Mas como indicado ao longo deste artigo, devemos usá-lo com bom critério e moderação para evitar efeitos negativos que não desejamos transmitir em nossas imagens.
É muito recomendável não abusar da facilidade com que o Ritmo se integra na composição, porque com isso evitaremos criar fotografias que posam chatear a quem a veja.
Eu recomendo como sempre, praticar bastante aplicando este recurso em suas composições, e analisar sempre os resultados com sentido de autocrítica, e afinar ate eliminar os erros.
Nunca fique desmoralizado, porque as imagens vistas no monitor do computador mostrem os defeitos de forma “gritante” que não se apreciam no display da câmara.
Logicamente quando ampliamos as imagens da para ver muitos mais detalhes, que num tamanho menor.
Pense que isso é muito positivo, porque a ampliação que mostra o monitor é como um “auditor de qualidade” que imparcialmente, mostra o que pode e deve ser melhorado.
Como sempre, tenha vontade, disciplina e força de vontade, e conseguirá assimilar e dominar essa técnica, e tirar o máximo beneficio aplicando-a corretamente.
Faça combinações do Ritmo com outras Regras de composição, experimente todas as combinações que precise para sua atividade.
Analise sempre os resultados, tire conclusões e faça anotações de tudo o que seja interessante, e melhore sua técnica.
Finalmente espero que tenha gostado deste artigo, das dicas e das imagens, e que isso tudo seja da maior utilidade para você.
Assim se gostou mesmo, e ficou com vontade de sair com sua câmera, atrás de captar imagens com luz, sombras, formas que se repetem com seqüência uniforme, sejam criadas artificialmente ou pela Natureza, patrões arquitetônicos, e muito mais.
Vou finalizar, muito obrigado por ter chegado ate aqui, e desejo que este artigo seja da maior utilidade para você.
Caso tenha alguma dúvida ou pergunta que deseje fazer, ficarei satisfeito em poder ajudá-lo. Ficarei muito grato se deixar seu comentário e compartilhar este artigo com colegas e em sua rede social favorita. Saudações e ate o próximo artigo!
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